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quarta-feira, 18 de maio de 2011

A chacina da ética e da moral

"Estamos evoluindo como seres sociáveis e éticos ou estamos a beira de um caus social?" (Sílvio Jair Pospichil)

Um dia, num país onde não havia guerras e o seu povo vivia na felicidade eterna, surgiu um grupo de indivíduos que achavam que a vida moral do país estava estagnada e que seu país não seguia as velhas leis da barbárie, onde, aqueles que não contribuíam com a moral e a ética, eram presos e executados para que nunca mais caíssem em tentação.

No meio daquele povo, originou-se um movimento que não acreditava na violência e fundaram então, os direitos da humanidade, onde a ética e a moral proibiam os semelhantes de se auto-agredirem.

O tempo foi passando e os que fundaram tais leis perceberam que a sociedade feliz e sem guerras não tinha força para evoluir em sua moral e proibia àqueles que desejavam modificar o padrão social, de se manifestarem a favor da barbárie. Não sabiam tais indivíduos que sua descendência e os trejeitos que haveriam de copiar a contragosto mas gostando, haveriam de ser frutos da mesma barbárie condenada. Houve um impasse, porém, a ética e a moral local conseguiu acalmar os ânimos mais exaltados e aqueles que se exaltaram demais, foram convidados apodrecerem em algum hospício do país.

Diante daquela felicidade eterna, as pessoas aprenderam que podiam encontrar falhas no sistema, tanto ético como moral. Procuravam nos maiores livros escritos pelos maiores escritores do país e descobriram que tudo se desenvolve como um novelo de lã, que se desenrola em fatos, e os fatos se desenvolvem na vida social, padronizando a sociedade com seus conceitos de ética e moral. Na verdade, tal país era todo desenvolvido através da ética e de sua moral, considerada altamente evoluída e tradicional.

Mas alguns indivíduos criaram novas leis que burlavam as antigas, procurando tirar proveito para o pequeno grupo seleto. Designavam-se como grandes empresários, que empresariavam as falcatruas mais nocivas da sociedade, enquanto esta acreditava que seus próprios cidadãos eram mais nocivos à sociedade do que os que realmente eram.
Enquanto o povo achava que vivia no paraíso, as falácias enganavam os mais desavisados, que neste país era a maioria.

Houve tentativa de mudanças. Pessoas saíram pintadas nas ruas, alguns explodiram alguns carros, outros se fizeram de vítima, porém no futuro, o que era alfa tornou-se ômega.

A sociedade foi evoluindo e os meios de comunicações criavam as cenas de ética e moral para servir de base à população enquanto aquele grupo seleto achava conveniente colocar mulheres nuas, casos de morte e autoflagelação, para que o povo se achasse cada vez mais pútrido, não merecendo ética, nem moral. Afinal, tendo pão e circo, o povo permanece fiel às raízes. O grupo seleto sabia disso, tanto que a cloaca se abriu e em vez de expelir, engoliu a todos, esquecendo-se da ética e da moral.

O grupo seleto ainda não estava contente com aquilo que proporcionava sua existência e resolveram então criar uma organização mundial contra e violência. O povo aplaudiu de pé. E enfim, o grupo seleto iria pensar em seus indivíduos, naqueles que não tinham condições de prestar-se à ética e a moral porque eram tão ignorantes que nenhuma escola daquele país poderia instruí-los. Não havia meio de ter uma escola tão ética e moralizada que ignorasse os padrões éticos e morais do país.

Passou o tempo e um entre o grupo de seletos conseguiu candidatar-se à presidência do país. O povo novamente aplaudiu de pé. Seus planos eram mirabolantes. Era a bêsta que todos esperavam. Um gênio escritor domava computadores, agricultura, carros blindados, tanques de guerra e adorava fumar. Em quinhentos anos, jamais havia aparecido alguém como a bêsta. Seu ímpeto militar, sua vida de playboy, preocupado com as questões sociais de ética e moral. O mundo estava a seus pés. Era como um Maomé, que em vez de ir à montanha, saía correndo pelo país e a montanha tentava alcançá-lo.

Mas o tempo de ouro foi acabando. Como diz o ditado, tudo o que sobe um dia tem que descer. Assim foi com aqueles precursores de novos ventos. O mundo estava em decadência em sua aldeia global, mas a bêsta continuava dizendo que seu país ia de vento em popa. E o povo se marginalizava, burlando os padrões éticos e morais que tanto batalhavam para deixar transparecer. Mais e mais pessoas se prostituíam por causa das palavras da bêsta, que influenciava as pessoas por causa do seu jeito simples, seus gestos enérgicos e sua fala complicada, mostrando uma mistura de intelectual mentecapto com jeca tatu.

Então um dia, algumas pessoas que há muito tempo não concordavam com aquele senso ético e moral. Resolveram instituir investigações sobre o que realmente era ético e moral. Descobriram empresários, bicheiros, policiais, políticos, pessoas da televisão brancos, negros, homossexuais, machões, cachorros, extraterrestres, espíritos e até demônios, envolvidos na quebra da ética e da moral. Começaram uma longa investigação onde a cada dia aparecia um culpado maior que o do dia anterior, e foram quinhentos anos de busca incessante, descobrindo milhares e milhares de pessoas envolvidas em coisas indignas e fora do padrão social. Até que se descobriu que todo mundo estava envolvido e o tal grupo seleto, já não era seleto, pois, todos os cidadãos do país faziam parte do grupo seleto.

Todos de certa forma aceitavam o que a ética e a moral daquele país ditava. Considerando-se normal os erros que se transformavam em acertos, todos festejavam com alegria toda a perversidade instalada em suas leis. Roubavam, extorquiam, corrompiam seus menores, estupravam, e formavam um novo padrão social, se achando um grande país. O país do novo milênio.

As pessoas que investigavam, descobriram que até mesmo entre eles haviam corruptos que beneficiavam àqueles que pagassem bem. Como não surgiram provas o bastante para incriminar aqueles que estavam sendo investigados.

Terminaram as investigações com uma bela festa da pizza. Festa que já era de grande tradição naquele país. Fonte

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